segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Para que serve a Umbanda? Para que serve o Umbandista?

Algumas vezes já estive por aqui escrevendo sobre Umbanda. Como se escreve sobre Umbanda, não? Como se debate a Umbanda, como se diversifica a Umbanda, como se entrecruza e astraliza a Umbanda...
Mas, já paramos para pensar nos adeptos, frequentadores e fiéis? O que pensam ser a Umbanda? Eu, como umbandista praticante me vejo plenamente envolvido com minha religião, pronto para defende-la com unhas e dentes dos ataques preconceituosos de outras ditas religiões e de pseudos pesquisadores antropológicos que só querem enfraldar mais e mais suas teses, sem ter um mínimo de noção espiritual da mesma. Diga-se de passagem, essa defesa de unhas e dentes  não adensa tanto a vibratória a ponto de partirmos para confronto físico ou de linguagem xula, mas sim com a propriedade que o estudo da minha religião me deu, onde podemos, embasados numa fé racional, debatê-la sem perdermos o rebolado.
Mas, o mais complicado é lidarmos com nossos irmãos de fé. A Umbanda não tem uma unificação... Graças a Deus, pois o que apareceriam de candidatos ao papado na Umbanda seria sem fim.
Mas, por conta disso, há um bel prazer em sua prática que foge completamente a espinha dorsal colocada como pré-requisito pelo Caboclo das 7 Encruzilhadas.
Essa espinha dorsal tem apenas 5 vértebras:
 . Vestir o branco → Vemos terreiros que mais se parecem com os antigos desfiles carnavalescos no Hotel Glória, onde Clóvis Bornay e Mauro Rosa conquistaram notoriedade nas festas do Momo, com suas criações de Libélula Ensandecidos no Alvorecer ou Pierrot Deslumbrado no Arco Íris de Isis...
. Usar os elementos da Natureza → É verdade, usam-se todos os elementos da Natureza possível, mas, atuando na Natureza “dificilmente” se encontra o bom senso que nos diz para não compactuarmos para a destruição da Natureza, emporcalhando todas as ruas, praias, matas e até portas de cemitérios que, já não basta a “sombriedade” local, o povo ainda tem que conviver com pipocas e afins. Penso, como também penso referente a mim, como deve ser desagradável para um católico, budista ou judeu ter que desviar de padês monumentais nas esquinas de nossa cidade.
. Não cobrar → Faz-me rir... Pois o que mais se vê por conta disso é cobrança... E tem lugares que dizem “não cobramos consultas”, mas na hora da dita consulta o “Guia” ou Pai/Mãe de Santo aparece com uma lista de trabalho homérica, cobrando, não pela consulta, mas pela feitura do tal trabalho e... Pasmem... Muitos ainda cobram o “chão” do lugar para o trabalho. É, sublocam a Casa de Deus... Isso se Ele não se mudou, ao ver o que fizeram com seu “imóvel”. Já dizia Jesus: “Vendilhões do Templo!” Isso sem contar sobre os “Ogãs Profissionais” que cobram para “baterem” tambor em determinadas casas que, coitadas, em véspera de uma Festa importante, gostariam de ter um Ogã em sua corrente para dar mais vibração e beleza ao ritual programado. Parece que o sujeito tá cobrando cachê: “Minha apresentação é tanto...”. Pior ainda é o nome que dão a isso: salva. Salva quem? Salve-nos, Senhor!
. Não matar → Pois é... Na véspera da Festa de Exu do Cruzeiro da Luz, estava eu descendo a Grajaú-Jacarepaguá e desconfiei que havia no seu final, já em Jacarepaguá, uma granja... Mas, descendo devagar, pude perceber que as 15 a 20 supostas galinhas que estava vendo, jaziam mortinhas dentro de um big alguidar de barro, com uma purinha ou uma cidra ao lado. É, menos um punhado de galinha no mundo... Fora os bodes, cabritos, pombos e afins. Mas isso não é matança não... O nome é sacrifício... Rs... Vai rindo, sacrifício? Jesus quer Misericórdia! E se é para matar alguma coisa, que seja, como o Apóstolo Paulo nos ensina: “matar o homem velho...”, oferendando-o ao Cristo para que, imolados pelo seu Infinito Amor,“...renasçamos homens novos”! Se essa fosse a matança seria maravilhoso... Pois mataríamos, sem dó nem piedade, todas as nossas iniquidades, mazelas, mal querências, mas essas, longe ainda da extinção, preservamos no cativeiro do coração e mente, procurando criá-las “in vitro”, perpetuando as espécies para que cada vez mais nos aprisionemos à roda das encarnações.
 . Evangelizar → Nossa! Esse é o desafio primevo de todo aquele que, mesmo que não totalmente desperto, já foi tocado pelas valorosas letras do legado do Cristo. Talvez seja esse o maior embate... De todas as religiões!... E o motivo único para que estas existam, pois evangelizar é religar o homem a Deus. Portanto, a religação se dá por meio da auto-evangelização e, por conseguinte, da evangelização. Por que auto-evangelização? Por que... Quem somos nós se não nos evangelizarmos? Apenas "macumbeiros". Apenas magistas de 5ª categoria. Apenas fantasistas sem lei e sem  juízo algum, radicados na senda do fanatismo religioso e na crendice mística dos fugidios da verdade que liberta. Daí a necessidade emergente de nos evangelizarmos... De criarmos em nós a nuance do amor notável de Deus, que se perdeu no elo do mundo, pois seduzidos pela bola azul esquecemos que quem a criou, a fez por um ato de amor único e restabelecedor deste amor nos corações dos habitantes dessa bola azul. E digo mais... Que espécie de médiuns somos ou seremos sem o evengelho? “Cegos guiando cegos”. Marionetes (não dos bons espíritos) fazendo receitas mágicas e indicando trabalhos e oferendas vãs, pois sem conteúdo algum, tornando-se atos mecanizados no afã de resolução de problemas. Problemas externos, da vida, do mundo, da matéria. Pois não evangelizado jamais conseguirá mergulhar na alma daquele que o busca e oferecer-lhe ajuda verdadeira. Dará paliativos apenas, criando um elo vicioso, onde quando terminada a validade da magia o “cliente” retorna para a renovação de seus “votos petitórios”. Como evangelizar se não conhecemos Jesus ainda? Se não nos tornamos íntimos do Mestre dos Mestres e permitimos que Ele faça, primeiro em nós, o milagre do retorno à origem genética divina, expurgando, gradativamente, o gene adquirido pelo mundo? É um trabalho diário que não se dá apenas nos dias de atividades dos Templos. É cotidiano. Sendo feita essa reflexão que deve sair do papel para a vida, vem o serviço desinteressado da evangelização. Aí sim, podemos evangelizar, apresentar Jesus às pessoas, citar suas palavras e convidarmos a seguirem, junto conosco, as suas pegadas, mediante seus ensinamentos eternos. Paulo diz que “evangelizar é preciso, quer desagrade, quer desagrade...”.
 Ué? Quer desagrade? Sim, infelizmente é verdade, pois esta, a verdade, ao mesmo tempo que liberta, faz doer. Dói porque somos fugidios, nos acovardamos, nos tornamos procrastinadores (hahaha...adorei essa! Adorei as Almas!), vendo o bem que queremos (mas nos julgamos diminutos) e fazemos o mal que não queremos (com a boca cheia d’água!). E quem gosta de ouvir da boca de outro que ainda é cheio de mazelas e totalmente imperfeito, sem pieguismo? Pois é... Mas, diz um grande amigo espiritual que a verdade dói apenas uma vez... Acabada a dor, estamos libertos. Enquanto que, fugindo da verdade, optando pela mentira, estamos fugindo dessa dor do parto libertador. Mal sabemos que fugir é uma dor, e muito mais dores e sofrimentos virão pela frente, pois a mentira e a fuga se tornam vício frenético...Ou seja, vamos ao Cristo:“conhecereis a Verdade e esta vos libertará”!
É triste vermos em Centros onde o propósito é levar as pessoas a essa libertação, vermos as mesmas pessoas tentando barganhar essa libertação, fugindo, se esgueirando, desviando-se das sementes do evangélico como um Matrix sombrio... É lamentável vermos um Guia lançar suas sementes e o solo que se encontra a sua frente rachar-se, como terra árida sob o sol, dizendo: “o senhor poderia ser mais sucinto, dizer logo o meu problema...e resolve-lo!”. Nem imagino o que o Guia deva sentir e pensar, pois meus degraus ainda não chegaram aos deles, uma vez que eu bem sei, no afã da emoção de uma partida de futebol eu “gostaria” de dizer... Aliás, imagino sim... Rs... Me lembrei de Jesus pregado à cruz: “Pai, perdoa-os...eles não sabem o que fazem”!... É o que fazem, o que dizem, o que pensam, o que comem,...
Contudo, diante desse pequenino relato, me coloco também reflexivo, pois esse exemplo vem de um “adepto” dos terreiros espalhados no “por aí” de meu Deus... Mas e o que pensam os que se encontram dentro desses mesmos terreiros, como trabalhadores desses terreiros? Será que, ouvindo isso, se chocarão e entrarão em prece para que a pessoa desperte para a realidade? Ou será que, vendo essa pressão do “resolve meu caso”, não se deixa levar pela falta de senso comum e se permite a permitir que essa pessoa ouça o que ela quer? Daí, surgem as invencionices e as adivinhações baratas... E joga-se um mediunato fora.
Então, voltando ao início, enquanto os próprios umbandistas crerem que a religião professada é uma quitanda de quebra galhos, nós nunca conseguiremos sermos olhados como religião e religiosos. Vamos ouvir: “O quê, sacerdote umbandista? O que é isso? Só conheço Pai e Mãe de Santo!... lá no teu centro é assim”? Isso quando não nos chamam de seita... Ou palavrinha que me entristece, pois dá uma sensação de bruxaria, de feitiçaria, de fundo de porão, cozinhando asa de morcego e orelha de rato.
É como diz um Guia Espiritual do Templo: “Enquanto lutamos tanto para elevar o tônus vibratório – evangelizar e libertar – há um mercado paralelo dentro da religião que insiste em que cresçamos como rabo de cavalo... Para baixo”!
 E baseado nesse mercado paralelo penso, pois sou produto do meio (a diferença é buscarmos nos situar no meio certo desse meio), qual o motivo de sua existência? Preguiça? Vaidades? “Obtusismo”... Rs? Carências? Falta de estudo, doutrina? Ou será que também veem a Umbanda como uma enorme quitanda, pronta para preencher as dispensas quando falta açúcar, café ou leite?... Daí, vamos à quitanda! Será que pensam que os Mentores são os chamados “santos” que damos de comer e pronto, eles ou resolvem nossos problemas ou se acalmam, nessa ininterrupta barganha entre o mau e o mal.
Toda a beleza da Umbanda cai por terra quando vemos desorganização. Quando vemos indisciplina, quando vemos falta de estudo e doutrina. Quando vemos falta de religiosidade. A Umbanda é religião e não um mercado persa! A Umbanda é o Conjunto das Leis de Deus e não um conjunto de pagode! A Umbanda, como disse o Caboclo das 7 Encruzilhadas, “é a manifestação do espírito para a caridade” e não para trazer a pessoa amada em 1 hora e meia, muito menos dar emprego pra todo mundo.
Ouvirmos pessoas dizerem que vão à missa e a centros kardecistas para ouvirem palestras e se postam diante do guia para pedir, entristece a alma. Pensamos assim: “pobre pessoa perturbada...”! Desculpem-me, mas perturbados somos nós! Perturbados e comprometidos até os dentes perispirituais porque oferecemos, seja quem foi ou onde foi, em algum momento, um motivo para que essas pessoas pensassem que a Umbanda presta é para isso: resolução de problemas ou vermos se se tem “algo feito” ou obsessor. Talvez por isso que ouçamos pessoas dizerem para um Exu, que está ali exaustivamente tentando evangelizar a pessoa: “se o sr. me ajudar, vou rezar pro sr. ter luz e deixar de ser Exu”! ... O melhor de tudo foi o Exu rir e na Gira seguinte ele dizer para a mesma pessoa que a reza dela estava fraca, pois ele “continuava Exu”... Só fazendo graça mesmo, pois o que de graça recebemos, de graça, com gosto e amor devemos dar!
 A culpa é desses fiéis, desses neófitos da religação com Deus? Ou de quem os ensinou ou os viciou a serem assim, a procurarem as Casas Umbandistas atrás desses tipos de conchavo? E quem lhes viciou são que tipo de pessoas? São adeptos de quais religiões? Óbvio que aprenderam isso dentro dos nossos terreiros! E se aprenderam isso em nossos terreiros, pertencem aos nossos terreiros, são umbandistas (embora quando pense nisso, logo me lembre do Capitão Nascimento, de Tropa de Elite: “Nunca serão!”)! Mas, para fazerem isso, alguém, um dia, abriu um precedente, um favorecimento, uma permissividade, um clientelismo.
A Umbanda evangeliza, liberta, desinstala da ignorância, descongela as mentes submersas na obscuridade da ignorância,... Mas falta o umbandista “praticante” ter idéia do que é isso. Falta ele acreditar que a religião dele é uma religião e que ele não faz obrigação ou cumpre carma. Falta ele saber que tudo que se faz dentro de um Templo Umbandista é um ato de amor e, por conta disso, ele precisa estar amando e se amando, como Jesus nos ama... Óbvio, guardada as devidas proporções... Rs... Mas Ele é o modelo a ser seguido, por isso, proporções uma vírgula! Busquemos sim, viver no amor de Jesus e amar como Ele amaria. Se não dá... Tá distante de compreendê-lo, Paulo tá aí dizendo: “sede meus imitadores como eu sou do Cristo”.
Mas Paulo é Guia? Não é Caboclo, Preto Velho, Exu ou Criança, diria o “aficcionado” pela letra que mata, aproveitando também para matar o espírito que vivifica.
É, umbandistas, se ainda pensamos que nossos Caboclos são Pataxós, Xavantes ou Cherokees; ou que Pai Joaquim era aparentado do Zumbi dos Palmares; Malandrinho mora na Lapa; ou que Pedrinho da Praia é uma criança por que morreu afogado numa Colônia de Férias na praia do Leme... Estamos muito bem servidos de fantasias, superstições e crendices! E pior... O que ofereceremos para as pessoas que batem às nossas portas? Mentiras, vaidades e grilhões?
Vale lembrar de Jesus... Sempre: “a quem muito é dado, muito será cobrado”! ou seja, seremos chamados para prestarmos conta do que ensinamos, das libertações que auxiliamos Jesus a fazer, enfim... De toda a nossa colheita, afinal a semeadura é livre, mas a colheita é e será sempre obrigatória.
Ah, como seria bom se cada um de nós umbandistas conseguíssemos contrariar a estatística que André Luiz fez um dia, em sua literatura sobre os médiuns em geral, dizendo que o Umbral está repleto de médiuns fracassados! Fracassados por violarem seus compromissos de levar à humanidade a palavra libertadora e rediviva de Jesus.
Não, infelizmente ficam sedimentando na cabeça das pessoas que devemos morar em Nosso Lar, Lar de Celina, Aruanda e etc... Quando essas “localidades” devem ser, no peito do espírito arfante de crescer e ser liberto, locais de passagem apenas. Dure essa passagem o tempo que precisar, mas que não ousemos pensar nelas como tenda permanente. Seria pensar pequeno. E pequeno é tudo que Deus não é.
Aí, como o Apóstolo dos Gentios em sua Epístola a Timóteo, poderemos dizer aquelas tão lindas palavras, um cântico do dever cumprido e a Graça alcançada por essa Graça ter nos bastado ao longo da vida, quando morremos homens velhos e renascemos homens novos...
 ... “Combati o bom combate, encerrei minha carreira, guardei a fé... Só me resta agora receber a coroa da justiça! Do justo juiz, o Senhor Jesus”!
Ah, como quero poder dizer isso um dia... Eu, um foguinho...
 Saravá, Jesus!
Pai Julio (Pai Pequeno do T.E. Cruzeiro da Luz )

Estudo: O Tridente dos Exús da Umbanda

Exu Maré, Trabalhador de Umbanda. Obrigado pela Proteção... Laroyê Sr Maré!
O tridente mais antigo que se tem registo é o Trishula, a arma principal de Shiva.Na tradição hindu Shiva é o destruidor e ao lado de Brahma e Vishnu formam a "sagrada trindade".
Agora... Shiva não é o deus do mal porque falei que ele é o destruidor, na verdade ele destrói o Ego, os defeitos pessoais que devem ser eliminados para nos desenvolvermos (esse mal-entendido é muito usado para falar mal das religiões alheias).
Como ele destrói estes defeitos?
Com a sua arma, o tridente... suas três pontas representam as três qualidades da matéria: tamas (a inércia), rajas (o movimento) e sattva (o equilí­brio). Eles também representam os três Nadis (Ida, Pingala e Sushumna) que correm ao lado da coluna e que são muito importantes no processo de circular a energia através dos chakras e pela Kundalini.
Entre várias outras referências, temos outra importante. 
- O tridente é também o cetro mitológico de Netuno, o senhor dos mares de acordo com a mitologia romana (equivalente ao deus Poseidon, na grega).
*Obs: perceber o uso de deuses de outras civilizações, as vezes em aspectos ou em sua totalidade. Algo que ocorreu ao longo do tempo por causa de guerras, fusões de culturas, etc.
Exemplos: Mitologia grega e romana, Jesus-Apolo-Dioní­sio e Hórus(Filho de Osí­ris), etc...
- Alguns já dizem que o Tridente, representava o poder dos Reis da Atlântida sobre suas 10 ilhas. Sete ilhas menores e três de grandes dimensões que, um dia, abrigaram a civilização atlante.
Fugindo um pouco do assunto...
- Platãofoi o primeiro a falar da civilização perdida, em sua obra Crí­tias.
- Considerando a obra um pouco mais alegórica: as três ilhas maiores referem-se aos Três Poderes da Divindade Superior como a trindade Santa do cristãos, a Trimurti hindu. Os sete menores são os sete regentes que se submetem aquele que ocupa o Trono.
Não podemos esquecer que vários outros deuses, de várias outras religiões, também possuí­ram o tridente. Mas seu significado não deve sair muito do que foi dito acima.
Desde de que, é claro, estes atributos fossem dados ao deus "bonzinho" de cada religião.
Caso contrário, colocamos o Tridente (entre outras armas mágicas, caracterí­sticas e sí­mbolos) em uma imagem a qual devemos temer, odiar e colocar a culpa pelos nossos defeitos ou erros.
Coincidência ou não o tridente, sí­mbolo também do deus Netuno/Posseidon (o senhor das profundezas dos mares), aparenta um homem com os braços elevados, como quem busca a elevação, seja da terra para o céu ou das profundezas dos mares para a terra... diferente do Ank e da cruz que aparentam um homem de braços abertos como que em comunhão com o cosmos.
Talvez então o tridente poderia ser o sí­mbolo do homem que busca elevar-se e a cruz o símbolo do homem elevado...
Que viajem heim?!?! Mas até que faz sentido... e talvez tenha também sido por isso que a Igreja colocou como sí­mbolo do Diabo, pois ele queria ser superior a Deus, por isso, o sí­mbolo como tentando alcançar a elevação...
O Tridente também é o símbolo da Psicologia...
Estudar psicologia sem entender o significado profundo do seu símbolo representativo significa perder um elemento essencial para sua compreensão. Inicialmente, é importante lembrar que além de ser o símbolo é também uma das letras do alfabeto grego, correspondente ao fonema "psi" e ao número 17. Embora este seja o começo da explicação sobre seu significado, não podemos esquecer que a letra "psi" tem toda uma historia e está associada a realidades muitos profundas, expressadas a través da mitologia. A letra "psi" é o principal símbolo representativo de Deus Possêidon (ou Netuno em Latim).
Possêidon significa "senhor das águas", é o Deus das águas, mas principalmente, das águas subterrâneas e submarinas. De acordo com a Mitologia, após a vitória dos Deuses sobre os Titãs, o universo, foi dividido em três reinos, um para cada irmão: Possêidon obteve o domínio do mar. Zeus, a maior autoridade do Olimpo, ganhou domínio sobre o céu e a terra e Hades sobre os infernos e o mundo subterrâneo e vulcânico. Possêidon nem sempre foi muito dócil à superioridade e autoridade de seu irmão Zeus.
Possêidon percorria as ondas sobre uma carruagem tirada por seres monstruosos, meio cavalo meio serpente ou por cavalos. Seu cortejo era formado por peixes e delfins e criaturas marinhas de todas as espécies. Eram jogados touros vivos no mar como sacrifício ao Deus.
Possêidon Reina em seu império líquido, a maneira de um "Zeus marinho", tendo por cetro e arma o tridente , que dizem ser tão terrível quanto o raio.
Uma concepção mais antiga de Possêidon é o de "sacudidor da terra", o que corresponde a uma ação de baixo para cima, isto é, uma atividade exercida do seio da terra por uma divindade subterrânea. Quando a terra treme devido á força de Possêidon, tudo que está apoiado sobre a terra é destruído.
O tridente era usado por Possêidon como arma de guerra: quando ele o enfiava no coração do seu adversário ganhava poder sobre sua alma. Para demonstrar sua força, Possêidon golpeava a terra com seu tridente e fazia brotar um mar, ou, segundo outras versões, um cavalo. Em sua cólera, Possêidon usava seu tridente para inundar ou secar terras.
As três pontas do Tridente representam as três pulsões: Sexualidade, Auto conservação e Espiritualidade (Auto-realização) e, fonte de todos os desejos facilmente exaltados e da natureza imanente. A Sexualidade e a Auto conservação são forças indispensáveis para a vida, mas que também representam o perigo da perversão e a fraqueza essencial que pode possuir o homem.
Sobre o conceito de espiritualidade como pulsão, Leonardo Boff em seu livro "A Águia e a Galinha" menciona textualmente o seguinte: "A vida espiritual possui em nós o estatuto de uma energia originária. De um instinto com a mesma cidadania que o instinto sexual, o instinto de saber, o instinto de poder, o instinto de violar os tabus e o instinto de transcender". Note-se, não se trata de um instinto qualquer, um entre tantos. Mas de um instinto fundamental, articulador de todos os demais.
A Pulsão da Espiritualidade também pode ser comparada ao "Impulso para a auto-realização" defendido por Carl Rogers e os existencialistas e também a "necessidade de evolução" defendida por algumas teorias religiosas.
Ainda de acordo com conceito das 3 pontas do Tridente, da tríade de forças, como não lembrar da divisão Freudiana do sistema psíquico em: Inconsciente, Pré-consciente e Consciente (1ª tópica - Até 1914) e em: Ego, Id e Superego (2ª Tópica - Após 1914)?
A partir do mencionado, podemos concluir que o símbolo da psicologia é essencialmente o símbolo das forças do mundo inconsciente, que podem levar-nos à loucura e a morte ou até os estados mais perfeitos do equilíbrio psíquico... e finalmente cheguei aonde eu queria... O Tridente dos EXUS...
O tridente é um representação da energia tripolar que Exu e Pomba Gira vibram, energia essa positiva, negativa e neutra, que formam o desenho de um garfo de três dentes (ψ=tridente) que não é o garfo alusivo ao demônio ensinado pelos cristãos. Considerado o mensageiro dos Orixás, Exu vitaliza, desvitaliza ou neutraliza qualquer um dos sete sentidos dentro da lei cármica.
Podemos observar que em várias épocas e vários personagens históricos poderosos usavam e usam o tridente como uma arma a mais contra o mal, o inimigo etc. E porque com os nossos amigos Exus seria diferente... eles precisam dessas armas para poderem dominar os espíritos perdidos, revoltados, trevosos e dominá-los para o tratamento devido e ponto. O Tridente usado pelos Exus são imprescindíveis para que “Faça-se a Luz”, pois os nossos Amigos de todas as horas também estão a serviço de Deus e buscando a Luz da Evolução.
Salve Exu e Pomba Gira... Salve a nossa Umbanda querida!!!
Espero ter ajudado, qualquer opinião é só comentar.

exuepombagiranaumbanda.blogspot.com.br

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

O Bater Cabeça na Umbanda


O ato de bater cabeça, talvez seja a parte da ritualística umbandista cuja simbologia esteja no inconsciente coletivo da humanidade desde o princípio dos tempos.

O ato de levar a cabeça ao solo é encontrado, praticamente, em todas as religiões.

Podemos interpretar este ato como o reconhecimento da submissão do ser humano diante da onipotência da Divindade.

Ou seja, a aceitação de nossas limitações diante daquilo que não podemos controlar. Trata-se, portanto, de um sinal de respeito e de entrega bem como de humildade e agradecimento.

Na Umbanda bater cabeça significa respeito pelos orixás, guias e entidades que são representadas pelo Congá (Altar).

Em algumas casas também se bate cabeça tanto nos pontos de força ou energia (a tronqueira e os atabaques) como para  os sacerdotes,  sacerdotisas ou os mais velhos na religião.


Saudação Diante do Congá:

Peço Força ao nosso Pai Oxalá
Peço Benção aos Pais e Mães desta Casa
Saúdo minha coroa diante do Pai Maior
Salve!


Fonte: http://almaumbandista.blogspot.com/

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

O Amor

Linda Mensagem da Cabocla Jurema, enviado pela irmã e colaboradora Camila Soares Nogueira. Salve sua Coroa Iluminada.



O AMOR

É através do amor,
que encontramos o caminho que nos leva a Deus.
É através do amor, que entendemos o verdadeiro significado da vida.
A vida é a grande manifestacão do amor de Deus.
A vida é a grande oportunidade de se aprender a amar.
Aprender a amar é o grande trabalho a ser realizado.
O amor, traz consigo o sentimento da compaixão e da caridade.
Vivemos para amar.

E o amor é a única grande força que pode nos unir.
Quando o amor nos uni,
nos mostra também que somos todos iguais
e aí, aprendemos que somos um só.

Descobrimos, então, que a nossa alegria é a alegria de todos,
e que a nossa tristeza é a tristeza de todos.
Que a nossa luz é a luz de todos, e que a nossa escuridão
é a escuridão de todos.
Aprendemos que tudo que fazemos aos outros
estamos fazendo a nós mesmos.
Se ajudamos aos nossos irmãos estamos também nos ajudando.
Se damos a mão a quem precisa, também nos apoiamos nela,
pois ninguém chegará ao fim do caminho sozinho.
Enquanto o último de nós não encontrar seu caminho,
a grande porta não se abrirá.
Ajudar aos outros é ajudar a si mesmo.
Amar aos outros é também amar a si mesmo.

O amor é a única força que se renova.
Quanto mais se dá, mais se torna forte.
Só ensinando podemos aprender, só dando podemos receber.

Fortalecendo nosso irmão,também receberemos dele a força
de que precisamos para seguir nosso caminho.
Dando de comer a quem tem fome, fortalecemos nosso irmão
E ele nos ajudará a chegar mais rápido ao nosso destino.
Iluminando os olhos de quem precisa,
eles também nos ajudarão a enxergar nosso caminho.


Ninguém pode guardar para si um pedaco da luz.
Se a luz é trancada ela se transforma em escuridão.
A luz só vive no cora cão aberto.
Quem ama vive na paz e a paz é luz.

A tempestade só reina na escuridão,
ela nunca vem enquanto o sol está brilhando.
Vivemos na luz, vivemos na paz.
Quem vive na luz ilumina os caminhos escuros
e pode guiar aqueles que ainda não encontraram
o verdadeiro caminho.
Ela afasta os sentimentos escuros do nosso coracão
e ilumina nossa alma.
E um coracão iluminado é como uma casa limpa,
aonde não vivem os seres que se alimentam da escuridão.
Se o nosso coracão está iluminado,
não existe nele nenhum sentimento de ganâcia,
nem de ódio e nem de tristeza.

Nossa alma é como um jardim
onde só devemos plantar aquilo que pretendemos colher.
Quem planta flores e distribui sementes,
está ajudando a tornar seu próprio caminho
mais perfumado e mais feliz.
Quem planta e distribui espinhos,
poderá rasgar as roupas e machucar as próprias mão s
na sua caminhada.
Quem anda por um caminho iluminado
sabe com certeza aonde deve pisar,
e tem fé que chegará ao seu destino.

O caminho é um só para todos.
Quem cuida de sua estrada, ajuda a todos que por ali passarão.
Quem tem verdadeiramente fé,
não guarda nenhuma dúvida em seu coracão.
A fé é a certeza e a certeza nos mostra um só caminho.
Quem não tem fé, vê muitos caminhos e não sabe por onde seguir.
E ai então, perde muito tempo andando por muitos lugares.


Só se pode receber ajuda
quando se tem fé em quem está nos ajudando.
E quando também somos sinceros em nossas próprias necessidades.
Só podemos receber ajuda
se realmente estamos querendo ser ajudados,
e para isso temos que nos colocar em condicões de receber.
Para receber ajuda temos que ter fé.
E a fé é a certeza.
Quem precisa de ajuda não sabe qual é o caminho a seguir,
e por isso precisa se deixar guiar sem dúvidas nem resistências.

Só se dá valor a um presente quando se precisa dele.
Pedir aquilo de que não se precisa
é tirar do outro a oportunidade de receber o que ele esperava.
Pedir o que não se tem necessidade
é juntar coisas que pesarão e atrapalharão a nossa viagem.
Aquilo que não serve para você,
pode servir para alguém que está a seu lado.
Carregar aquilo de que não se precisa é carregar um peso inútil.
Dando o que você não usa estará esvaziando o seu coracão,
para receber aquilo de que realmente precisa.

Saber separar aquilo que queremos
daquilo que realmente precisamos,
é o início de um caminho de aprendizado, de paz e de amor.
Quem aprende a amar, aprende a estar perto de Deus.
E Deus é Luz e Paz.
É o verdadeiro e único Amor.

Fonte: flordajurema.blogspot.com.br

Conhecendo a Umbanba...



Fitas adesivas me protegem de alguma carga negativa?
Olá a todos, muita luz em nossas vidas nas boas vibrações de Mãe Yemanjá!
Outro dia quando conversava com uma amiga minha, escutei que um médium de um determinado centro, prestando consulta com um "espírito de uma preta velha" disse ao consulente que o mesmo deveria na fase em que se encontrava usar no umbigo uma fita adesiva ou esparadrapo para se evitar de perder energeticamente "energia vital". Recordo-me que algum tempo atrás em uma das aulas de teologia que eu ministro um aluno novo ainda na umbanda, disse que recomendaram usar fita adesiva também no umbigo antes de entrar no cemitério com a mesma finalidade.
Meus irmãos (ãs) existem coisas que são difíceis de se escutar tamanho o anátema em que se envolvem como estas que acabei de citar acima e que são casos verídicos.
Isso coloca a Umbanda em um grau pra lá de baixo, onde o fundamento sagrado da religião se compra em casa de materiais para construção ou ainda em farmácias.
Hoje temos dentro do movimento Umbandista diversas obras sérias onde destacamos o MANUAL DE CONSAGRAÇÕES UMBANDISTAS obra de RUBENS SARACENI inspirados pelos MESTRES DA LUZ editado pela MADRAS EDITORA que nos dão uma idéia bem clara dos elementos litúrgicos que são utilizados dentro da Umbanda e seu fundamento sagrado, mas ainda encontramos pessoas mal informadas dos dois lados, pois se tem quem fala, tem quem faz, sem seguir o preceito de PAULO DE TARSO onde "Tudo me é licito, porém nem tudo me convém..."
Perdemos energia vital de acordo com o nosso padrão vibratório e moral e fitas sejam quais forem não vão facilitar nada a nossa vida.
Nós comemoramos no ultimo domingo 101 anos de Umbanda o que acredito seja um motivo de vergonha para o CABOCLO DAS 7 ENCRUZILHADAS, observar o que certos "médiuns" e claro não todos, fazem usando o nome de uma religião que ele abriu ao plano terrestre, onde a máxima é "UMBANDA É A MANIFESTAÇÃO DO ESPÍRITO PARA A CARIDADE".
Como na lei de evolução tudo progride, mesmo que a passos lentos, temos fé que estes conceitos mudem um dia e ai entra esta nossa pequena colaboração que esta desprovida de desejarmos daqui alguns anos nos lançarmos em uma candidatura em algum cargo publico ou mesmo de criarmos regras dentro da Umbanda do que é sagrado nela, mas sim de resgatarmos este lado sagrado, promovendo assim o respeito com nossa religião.
Fitas não bloqueiam nada, somente a mente de quem ainda se prende a tais dogmas absurdos.
Pensamento elevado, em sintonia com os Orixás, Guias e Guardiões de Luz.
Exercício continuo da moral através de boas leituras, estudos e acima de tudo práticas de caridade com o seu semelhante.
Usar o bom senso em tudo o que for fazer levando o nome da Umbanda e sempre questionando o que não lhe parecer racional
Estas sim são práticas que evitam a perda de energia, pois colocarão você em outra sintonia e prevalecerá o "diga me com quem tu andas e direi quem tu és"
Sugerimos como apoio de leitura, o livro MENSAGEIROS de autoria espiritual de ANDRÉ LUIZ, com psicografia de CHICO XAVIER, onde não exemplifica esta ou aquela religião, mas nos mostra erros que na condição de médiuns fazemos todos os dias quando não há uma postura doutrinária e acima de tudo um bom senso no que fazemos.
Que todos possam refletir e tirarem suas próprias conclusões...

Boletim Semanal Umbandista
Texto de Pai Géro Maita.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Saluba Nanã Burukê!!!





Falando um pouco de
Santa Ana...

Mulher nazarena que
apesar de não ser mencionada nos Evangelhos, pela tradição da Igreja Católica
seria a mãe da Virgem Maria e, portanto, avó materna de Jesus Cristo. De acordo
com a tradição, era filha de Natã, sacerdote belemita, e de Maria, e foi a mais
jovem de três irmãs bíblicas. Suas outras irmãs mais velhas seriam Maria de
Cleofas, mãe de Salomé, e Sobé, mãe de santa Isabel, que geraria são João
Batista. Casou-se com são Joaquim e por muitos anos permaneceu estéril, só
dando a luz a Maria em avançada. Teria morrido pouco depois de apresentar Maria
no Templo, consagrando-a a Deus, quando a filha contava apenas três anos de
idade. Seu culto difundiu-se no Oriente, e no século VI o imperador Justiniano
mandou erguer-lhe um templo em Constantinopla. Nos séculos seguintes a
veneração expandiu-se também pela Europa. Em uma bula (1584) o papa Gregório
XIII instituiu que sua festa seria comemorada no dia 26 de julho, mês que
passou a ser denominado mês de sant'Ana. Venerada como padroeira das mulheres
casadas, especialmente das grávidas, cujos partos torna rápidos e
bem-sucedidos, é também protetora das viúvas, dos navegantes e marceneiros.

Oração
a Santa Ana

Senhora Santa Ana, fostes chamada
por Deus a colaborar na salvação do mundo.
Seguindo os caminhos da
Providência Divina, recebestes São Joaquim por esposo.
Deste vosso matrimônio, vivido em
santidade, nasceu Maria Santíssima, que seria a Mãe de Jesus Cristo.
Formando Vós família tão santa,
confiantes nós pedimos por esta nossa família.
Alcançai-nos a todos as graças de
Deus: aos Pais deste lar, que vivam na Santidade do matrimônio e formem seus
filhos segundo o Evangelho; aos Filhos desta casa, que cresçam em sabedoria,
graça e santidade e encontrem a vocação a que Deus os chamou.
E a Todos nós, Pais e Filhos,
alcançai-nos a alegria de viver fielmente na Igreja de Cristo, guiados sempre
pelo Espírito Santo, para que um dia após as alegrias e sofrimentos desta vida,
mereçamos também nós chegar à casa do Pai, onde vos possamos encontrar, para
juntos sermos eternamente felizes, no Cristo, pelo Espírito Santo.

Amém.




Mãe
Nanã - Maturidade (Razão e Sabedoria)

Na Idade Madura, o
ser, ao tornar-se mais racional, começa a ter uma "luz interior"
alimentada por sólidos princípios que o guiam. Essa "luz interior" é
que, logo após o desencarne, irá distinguir um ser livre de outro preso aos
instintos e impulsos. A divindade que acompanha nosso fim na carne, assim como nossa
entrada, em espírito, no mundo astral, é Mãe Nanã. Nessa porta de passagem, ela
atua sobre o nosso carma, conduzindo esta transição com calma e serenidade. Mãe
Nanã Buruquê é a maleabilidade e a decantação, é a calma absoluta, que se
movimenta lenta e cadenciadamente. Essa calma absorvente de Mãe Nanã, exige
silêncio; descarrega e magnetiza o campo vibratório das pessoas, que se
modificam, passando a agir com mais ponderação, equilíbrio e maturidade. Mas,
maturidade não é sinônimo de idade e idade não é sinônimo de sapiência nem de
maturidade. Maturidade é sabedoria, é o desenvolvimento e o compartilhamento de
virtudes, é o uso da razão, com simplicidade, harmonia, equilíbrio, amor e fé.
O ser mais racional, guiado por princípios virtuosos, tem uma luz que se
reflete em sua aura, dando-lhe um aspecto luminoso, sóbrio e estável, pois
resiste aos contratempos que porventura surjam em sua vida. Essa luz se expande
a partir de seu íntimo e fortalece sua aura. O ser racional, em sua velhice, é
o pai e a mãe preocupado(a) com o bem estar de seus filhos e netos, que sabe se
mostrar agradável aos jovens, por ser extrovertido, sem se tornar frívolo....
Os seres maduros têm sua religiosidade fundamentada em princípios abrangentes e
consegue sublimar-se muito rapidamente após o desencarne. Desliga-se do plano
material e busca seus afins nas esferas de luz. Já nos seres presos aos
impulsos, sem maturidade, sua luz é exterior e varia conforme seu estado de
espírito. O ser imaturo, quando atinge a velhice, começa a sofrer muito, por
não possuir energias humanas para alimentar seu corpo emocional e acaba
tornando-se apático, desinteressado, implicante etc. Sua luz vai se exaurindo
com o advento da velhice, num processo oposto ao dos seres maduros. A luz de um
ser é a sublimação de seu espírito humano, que irá se conduzir segundo os
princípios divinos que regem toda a criação...

A Orixá Nanã rege
sobre a maturidade e seu campo preferencial de atuação é o racional dos seres,
que, se emocionados, sofrem sua atuação, aquietando-se e chegando até a ter
suas evoluções paralisadas. Ela age decantando-os de seus vícios e
desequilíbrios mentais e preparando-os para uma nova vida, mais equilibrada. De
todos os Orixás, Nanã é quem tem um dos mistérios mais fechados, pois seu lado
negativo é habitado por entidades com um poder enorme e como Orixá, é fechada
às pesquisas de sua força ativa. Ela desfaz os excessos e decanta, ou enterra
os vícios. Ela é a maleabilidade e a decantação, pois é uma Orixá água-terra. É
cósmica, dual e atua  por atração magnética sobre os seres cuja evolução
está paralisada e o emocional desequilibrado. Ela desparalisa o ser, decanta-o
de todo negativismo, afixa-o no seu barro, deixando-o pronto para a atuação de
Obaluayiê, que o colocará numa nova senda evolutiva. Ela é a divindade ou o
mistério de Deus que atua sobre todos os espíritos que vão reencarnar, pois
decanta todos os seus sentimentos, mágoas e conceitos e os adormece, para que
Obaluayiê reduza-os ao tamanho de feto no útero da mãe que os reconduzirá à luz
da carne. Mãe Nanã envolve o espírito que irá reencarnar, em uma irradiação que
dilui todos os acúmulos energéticos, assim como adormece sua memória,
preparando-o para uma nova vida na carne, onde não se lembrará de nada do que
já vivenciou. Por isso, ela é associada à velhice, que é quando a pessoa começa
a se esquecer de muitas coisas da sua vida carnal. Ela atua na memória dos
seres, adormece os conhecimentos do espírito, para que eles não interfiram com
o destino traçado para a encarnação. Como Orixá, sua manifestação é através de
movimentos lentos e cadenciados, porque traz em si uma energia e magnetismo
muito forte. Nanã é uma guardiã que tem seu ponto de força natural, nos lagos,
mangues, rios caudalosos e nos deltas e estuários dos rios. Seu campo de ação
está localizado nos lagos; tudo ali traz uma calma, uma tranqüilidade que não é
encontrada nos outros pontos de força da natureza. No lado místico, Nanã é a
divindade que acompanha nosso fim na carne, assim como nossa entrada, em
espírito, no mundo astral. Nessa porta de passagem, Nanã, atua sobre nosso
carma, conduzindo esta situação com calma, para que o espírito não tome
conhecimento da sua transição de um plano vibratório a outro. Nanã é também
guardiã do ponto de força da natureza que absorve as irradiações negativas que
se acumulam no espaço, criadas pelas mentes humanas nos momentos de angústia,
dor ou ódio. Nanã Buruquê é dual porque manifesta duas qualidades ao mesmo
tempo. Uma vai dando maleabilidade, desfazendo o que está paralisado ou
retificado, a outra vai decantando tudo e todos os seus vícios, desequilíbrios
e negativismos. Ela desfaz os excessos e decanta ou enterra os vícios. Nanã
Buruquê forma com Obaluayiê um par natural; são os Orixás  responsáveis
pela evolução dos seres. Se Obaluayiê é estabilidade e evolução, Nanã é a
maleabilidade e a decantação que polarizada com ele e, ambos, dão origem à
irradiação da Evolução. Ela atua também na linha da vida, que no início tem
Oxum, estimulando a sexualidade feminina, no meio tem Iemanjá, estimulando a
maternidade e no fim tem Nanã, paralisando a sexualidade e a geração de filhos,
quando se instala a menopausa. Nanã, é um dos Orixás mais respeitados no ritual
de Umbanda, por se mostrar como uma vovó amorosa, sempre paciente com nossas
imperfeições como espíritos encarnados tentando trilhar a senda da luz. Os
santuários naturais, pontos de força regidos por  nossa mãe Nanã Buruquê
(os lagos), têm seu próprio campo magnético absorvente poderosíssimo, que varia
de sete a setenta e sete metros, a partir das margens. Ali reina a calma
absoluta, característica que é própria de Nanã, que se movimenta lenta e
cadenciadamente, porque traz em si uma energia e um magnetismo muito fortes.

Nanã Buruquê é a
maleabilidade e a decantação e atua por atração magnética sobre os seres com
evolução paralisada e emocional desequilibrado. Essa calma absorvente exige
silêncio e descarrega e magnetiza o campo vibratório das pessoas,  que se
modificam, passando a  agir com mais ponderação e equilíbrio. Ela desfaz
os excessos, decanta o negativismo e os vícios e os afixa no seu barro. Nanã,
quando vibra à esquerda, no seu lado negativo, é a guardiã do ponto de força
das águas estagnadas. A ação negativa das águas paradas pode tirar o equilíbrio
de uma pessoa, de uma só vez, provocando desequilíbrio e doenças espirituais,
ao atuarem através dos líquidos do corpo humano. O seu ponto de força, quando
orientado para nos auxiliar, é absorvente, mas, quando voltado contra nós, é
destrutivo, desarmonizador e desequilibrador. Nanã é também a guardiã dos
deltas e estuários, locais em que os rios são absorvidos pelo mar. Ela é a
Guardiã do ponto de força da Natureza que absorve as irradiações negativas,
tanto as que são trazidas pelas correntes magnéticas ao redor da litosfera,
quanto as forças negativas criadas pelas mentes humanas. Esses pontos são como
pára-raios, que descarregam todas as irradiações captadas.

Fonte: Manual
Doutrinário, Ritualístico e Comportamental Umbandista Lurdes de Campos Vieira
(Coord.) – Madras Ed.

Oração a Nanã
À minha mãe Nanã, eu peço a benção e proteção para todos os passos de minha vida.
À minha mãe Nanã, eu peço que abençoe o meu coração, minha cabeça, meu espírito e corpo.
Que aos poderes dados somente à Senhora das Senhoras, sejam caridosos e benevolentes, e me escondam de meus inimigos ocultos e poderosos.
Minha querida Mãe e Senhora, tenha piedade de meu coração. para merecer a sua proteção e caridade.
À minha mãe Nanã, eu lhe devoto minha fé e minhas palavras.
Assim Seja! Saluba Nanã!!

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Quem é Preto Velho?


Pretos velhos, já pararam para pensar no significado deste tema “Preto Velho” ?
Sem dúvida nenhuma a maioria dos irmãos espíritas, usam este termo para qualificar, distinguir uma determinada falange espiritual, mas é só, nem por um momento se aprofundam em seu significado, pensam simplesmente que é a falange de escravos velhos, que desencarnaram como tal nesta terra e nada mais.
Preto velho, quanto, mas quanto, este termo é profundo, ele representa a Humildade, a Simplicidade daqueles que evoluíram através dos séculos em direção ao amor de Cristo.
Quantos espíritos titulados “pretos velhos” em outras encarnações não foram doutores, filósofos, matemáticos, padres, apóstolos, reis, monges orientais, magos, etc., quantos, quantos eu vos pergunto?
Ora bem sabeis que após a reencarnação o espírito readquire a sua Identidade Integral, voltando aos poucos a sua “inteligência” todas as reencarnações passadas e os ensinamentos adquiridos nelas, também é sabido que um espírito desencarnado pode apresentar-se da forma que lhe aprouver, conforme a sua evolução, portanto um preto velho que foi um filósofo em outra encarnação como tal poderia se apresentar, da mesma forma que um médico em sua última reencarnação pode se apresentar como preto-velho se este foi o seu estado em reencarnação anterior.
Por isto meus irmãos, é que os Pretos Velhos são considerados a falange mais doce, a mais simples e a mais humilde das falanges que fazem parte da umbanda, são também os mais pacienciosos, sempre prontos a perdoar, a por “panos quentes”, preferindo eles dar grandes voltas para chegar a um objetivo do que ir diretamente a ele, se isto for causar mágoa em alguém.
Só utilizam medidas drásticas em último caso, têm como companheiros de trabalho as almas (espíritos desencarnados a procura de luz), que eles em sua sabedoria infinita ajudam dando-lhes tarefas, ensinando-as assim o lindo caminho da real caridade, preparando-as para uma futura reencarnação.
Pretos velhos, Pretos velhos, qual seria a razão de vós teres desejado resgatar suas últimas dívidas como escravos, tratados muitas vezes como animais, perdoando a cada chibatada, a cada dor, na certa nesta posição vos colocastes para amparar espíritos fracos encarnados na mesma situação, ou talvez através de seu exemplo de humildade e paciência, fazer brotar a semente do amor em seus algozes.
Vós que agüentastes a escravatura até o fim de vossos dias terrenos, aproveitando a jornada para derrubar as vossas últimas fraquezas, vossos últimos vícios, vós que separados de seus filhos de sangue, vos tornastes Pai e Mãe de muitos filhos espirituais, a todos vós, por tudo que tens feito na seara do Senhor Jesus, eu elevo o meu pensamento de amor, o meu pensamento de agradecimento, pois a vossa existência é a prova que só o Amor, a Caridade e a Humildade poderão nos conduzir a espiritualidade Maior.

Ditado por Gilson Gomes em 13-05-82.
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